quinta-feira, 7 de abril de 2011

Capítulo I

Passou-se um mês desde a mudança. E até que as coisas estão indo bem. No começo dessa semana pagamos o primeiro aluguel. Apesar do vazio que isso faz sobrar no bolso, a sensação é de vitória. De conquista do próprio espaço, além da capacidade de mantê-lo. É nosso, por mais um mês pelo menos. E devo dizer que essa vida de “dono-de-casa” não é tão difícil quanto parece. Ainda não sei dobrar camisetas muito bem, mas comprei cabides suficientes para todas elas. Lavo a cozinha pelo menos uma vez por semana.
E não é que a Capital está começando a ficar atraente aos olhos deste rapaz do interior?! É uma cidade velha e ranzinza, de fato. Como eu costumo dizer: “São Paulo é cinza. Desde o céu, passando pelas infindáveis construções, até chegar ao senso de humor da maioria de seus habitantes.” Mas é uma cidade que pulsa. Como se tivesse vida. Carros, luzes, pessoas. Sempre em constante movimento. É também muito acolhedora. Lhe recebe de braços abertos, não importa a que etnia, religião ou tribo você pertença: há um espaço para você em São Paulo. O Sol, às vezes, mostra sua cara por aqui. Como hoje, por exemplo. Tem sido um dia bonito, desde às oito horas da manhã (quando acordei para a minha primeira entrevista de emprego na “cidade grande”), até o presente momento (16:37). Dentro de alguns minutos caminharemos pelo Parque da Aclimação. Um lugar que, desde terça-feira, decretei como meu santuário. Na segunda-feira foi aniversário do Lu, então bebemos um pouco em sua homenagem. Acabei perdendo o sono e, junto com o San, toquei um pouco de violão enquanto o sol nascia. E, às sete horas, saí pra caminhar pelo tal Parque. Onde fiquei até às nove. Embalado pelo som de Our Last Night, Gilberto Gil, Dead Fish, Rancore e até um pouco de Bach.
Acho que por enquanto é só. Poderia pedir ao San que revisasse o meu português, mas ele tá jogando vídeo-game com o Therin. E é pra lá que eu vou, dar uma surra neles.