quinta-feira, 9 de junho de 2011

Danilo

"Seja você quem for, eu te conheço muito bem
Isso faz bem pra mim
Isso faz bem pra vida.
Onde quer que vá, eu vou estar também..."

E hoje o maior dos meus heróis completa mais um ano de vida . Há 28 anos atrás nascia Danilo Henrique de Andrade Azevedo. O meu irmão. Responsável por muito daquilo que sou, musicalmente e pessoalmente. Meu protetor e herói na infância: não tenho lembranças de uma só vez em que o vi medir esforços pra me proteger. Sempre enchi a boca ao falar dele. Contando com orgulho, no meu círculo de amigos, coisas que meu irmão mais velho fazia. Acho que quem tem irmão mais velho sabe exatamente como isso funciona. Sabe que o irmão mais velho funciona como um segundo pai, só que menos careta, mais atualizado e sem poder te por de castigo. O fato é que (detesto quando eu uso essa muleta "o fato é") não fosse pelo Danilo, eu nunca teria começado a tocar violão. E, certamente, hoje eu não seria assim. Nem consigo imaginar como eu seria. Sempre, sempre, usei de seus exemplos na minha vida. Fossem eles, exemplos bons ou ruins e quer eles acontecessem de maneira direta ou indireta. Nossos heróis se tornam cada vez mais humanos à medida em que nós mesmos crescemos. E lá se vai aquela idolatria cega. Mas, a admiração, ah, essa só aumenta.

Hoje ele é pai de uma jóia. Um garoto incrível que tem muita sorte em ter o pai que tem. E, sorte por carregar o nome que carrega (hehe). Espero que o Pedrinho possa crescer apoiado em seus ombros, meu irmão. Como eu fiz. E ainda faço. Espero também que você continue lutando, com o vigor e a determinação características do guerreiro que você é, todas as batalhas presentes e vindouras em sua vida. Enquanto escrevo, alguns momentos passam pela minha cabeça. A foto de nós dois na escadinha na entrada do SESI, os topetes devidamente penteados com gel. A foto em que fazíamos pose de Cavaleiros do Zodíaco, você de cabelos compridos. A fase skatista. Lembra daqueles shorts? Eu tinha um xadrez cor de vinho, e você, um azul eu acho. Aquela foto de nós dois deitados lado a lado, sob o sol (você olhando pra câmera e eu olhando pra você tentando imitar a pose). Faz uma vida e meia já né ?! E, a mais recente de todas: aquele dia no hospital, do acidente de moto. Você lavando meu joelho e me amparando hospital adentro.

Enfim mano, te respeito e te admiro. Mas acima de tudo: te amo.

É nóis, sempre.

PS: Desculpa por todos seus brinquedos que eu quebrei.

Aos demais leitores do blog: não mudem de canal e nem percam as próximas atrações. Prometo que vou maneirar nos posts melosos, mas este tinha que sair !

domingo, 5 de junho de 2011

Cada um de nós é um universo, Pedro.

Me fascina a compreensão de que dentro de mim pulsa um Universo inteiro. Igual, em complexidade, àquele que se estende do lado de fora. E, como diria Raul, "cada um de nós é um universo". Acredito que tudo aquilo que vivenciamos, sentimos e vemos, nos transformam em quem somos. Cada única experiência, seja ela pequena ou grande, prazerosa ou dolorosa, rápida ou lenta, é um tijolo na ponte que construímos ao longo da nossa vida. Uma ponte que nos tira do vácuo da inexistência. Formamos nossas opiniões e elas se alçam em direção ao céu. Estrelas.

 Somos grandes, perfeitos em nossa natureza falha, e diferentes. Nenhum igual ao outro. Compreender essa diferença é ingrediente vital para que brote o respeito em nossos corações. Aceitá-la é o próximo passo.  É preciso, também, ter a mente aberta para o amor. Incompreensível sentimento que movimenta tudo o que há de mais belo. Sentimento que lubrifica as engrenagens da vida e dá origem aos filhos mais belos e poderosos que se poderia imaginar.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Fruto de seu ventre, espero um dia ser árvore forte.

Ainda em clima de dia das mães, aqui vai meu post-homenagem atrasado. Fim de semana foi corrido e, como sempre, tive dificuldade em achar um tempinho pro blog. Responsabilidades, trampo e casa...Enfim...Ossos do ofício. O fato é que ultimamente passei a admirar e respeitar muito mais a minha mãe. Todos os dias, ao chegar cansado do trabalho e ter de cozinhar e lavar roupa, dedico alguns minutos pensando nela. Que fez isso por si mesma e por três filhos, durante um bom tempo. Agora, que tenho de fazer isso sozinho, sinto na pele pelo menos uma pequena fração do que ela sentia. Afora as responsabilidades de casa, ainda tinha responsabilidades emocionais. Atenção, afeto, apoio. Me sinto culpado por ter sido tão egoísta e tão pouco compreensivo.

As lições de nossas mães carregarei por toda minha vida. Aprendi conceitos básicos desde pequeno. E, com o passar do tempo, esses conceitos fazem cada vez mais sentido pra mim. Ao contrário daquelas coisas que perdem o sentido quando deixamos a infância: como Power Rangers por exemplo. Estou falando de regras de sobrevivência e de "boa-vivência" no mundo real:

  • -Não fazer para os outros aquilo que não quer que façam pra você;
  • -Respeitar os mais velhos;
  • -"A sua liberdade termina onde começa a do outro" (esse eu tenho vivenciado bastante, vivendo em comunidade)
  • -Olhar pros dois lados antes de atravessar a rua (foram necessários 2 atropelamentos até eu aprender esse)

Minha mãe costuma dizer que "a gente não dá valor ao que tem senão depois de perdido". Graças a Deus, não perdi minha mãe. Mas, só agora aprendi a dar valor aos sacríficios diários que ela fez por mim. E alguns que ainda faz. Se tem alguma coisa que eu aprendi nessa minha curta caminhada de 20 (21 completos amanhã \o/) anos, é que, se existe alguém que pode nos ensinar algo, e em quem podemos confiar cegamente, é em nossas mães. Experimente dedicar 05 minutos do seu dia, a alguém que dedicou a vida inteira por você. Mesmo que seja, como eu faço, apenas em pensamento. Coloque-se no lugar dela. E vai ver que você terá sorte se um dia tiver metade da força e da grandiosidade que sua mãe tem. Elas são heroínas.

Enfim, obrigado dona Judithi. Por me ensinar valores que tenho orgulho de dizer que aprendi. Por me escorar quando meu equilíbrio falha. Por todas as reuniões de pais (que não sei porquê têm esse nome. A proporção de mães x pais nessas reuniões é de 10 pra 1) na escola. Por sempre me mostrar o caminho certo, mesmo que não fosse o mais fácil. Por me corrigir sempre que eu errava (e olha que eu costumo errar bastante, sou perito nisso =D ). Por sempre ter me apoiado musicalmente. Até quando eu ganhei a minha primeira guitarra e rascunhava uns acordes tortos, distorcidos e incrivelmente altos no meu quarto. Vou resumir, porque são 20 (já falei que faço 21 amanhã?) anos de agradecimentos. Obrigado pela estrutura emocional, física e financeira que você me deu. Espero um dia poder retribuir da maneira que você merece. Obrigado. Obrigado. Obrigado.

Amo você mãe. (mesmo sabendo que você vai me tratar como bebê até eu estar grisalho. Faz parte da vida de caçula)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Capítulo I

Passou-se um mês desde a mudança. E até que as coisas estão indo bem. No começo dessa semana pagamos o primeiro aluguel. Apesar do vazio que isso faz sobrar no bolso, a sensação é de vitória. De conquista do próprio espaço, além da capacidade de mantê-lo. É nosso, por mais um mês pelo menos. E devo dizer que essa vida de “dono-de-casa” não é tão difícil quanto parece. Ainda não sei dobrar camisetas muito bem, mas comprei cabides suficientes para todas elas. Lavo a cozinha pelo menos uma vez por semana.
E não é que a Capital está começando a ficar atraente aos olhos deste rapaz do interior?! É uma cidade velha e ranzinza, de fato. Como eu costumo dizer: “São Paulo é cinza. Desde o céu, passando pelas infindáveis construções, até chegar ao senso de humor da maioria de seus habitantes.” Mas é uma cidade que pulsa. Como se tivesse vida. Carros, luzes, pessoas. Sempre em constante movimento. É também muito acolhedora. Lhe recebe de braços abertos, não importa a que etnia, religião ou tribo você pertença: há um espaço para você em São Paulo. O Sol, às vezes, mostra sua cara por aqui. Como hoje, por exemplo. Tem sido um dia bonito, desde às oito horas da manhã (quando acordei para a minha primeira entrevista de emprego na “cidade grande”), até o presente momento (16:37). Dentro de alguns minutos caminharemos pelo Parque da Aclimação. Um lugar que, desde terça-feira, decretei como meu santuário. Na segunda-feira foi aniversário do Lu, então bebemos um pouco em sua homenagem. Acabei perdendo o sono e, junto com o San, toquei um pouco de violão enquanto o sol nascia. E, às sete horas, saí pra caminhar pelo tal Parque. Onde fiquei até às nove. Embalado pelo som de Our Last Night, Gilberto Gil, Dead Fish, Rancore e até um pouco de Bach.
Acho que por enquanto é só. Poderia pedir ao San que revisasse o meu português, mas ele tá jogando vídeo-game com o Therin. E é pra lá que eu vou, dar uma surra neles.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Saudade...

Depois de séculos sem postar, acho que meu blog merecia um post novo. Eu já tava até chamando ele de "blog-de-um-post-só". Ontem abri o Word e não sabia sobre o que escrever. Só sabia que QUERIA escrever. Então decidi escrever sem escolher muito as palavras, deixar com que elas fluíssem. Acho que o resultado é simplesmente a minha opinião. Sem que eu pudesse filtrá-la ou censurá-la. Simples assim. A opinião como ela é concebida. Então aí vai

"Acreditar que nem sempre se pode superar-se, é estar ciente de nossa própria vulnerabilidade. Somos frágeis, quebradiços, e nossas lembranças e memórias nos tornam mais sensíveis ainda. Mas nosso caminho não precisa ser doloroso, se identificarmos os sintomas e aprendermos a não combatê-los. São eles o ingrediente essencial de nossa formação enquanto pessoas. Sim, os sintomas. Não podemos tomar os analgésicos que nos oferecem uma saída mais fácil desse processo. Sintomas bons nem sempre são causados por coisas boas. E sintomas ruins, às vezes, são causados por coisas boas. É como a saudade, que é um sintoma do amor. Mas eu nunca diria que a saudade é ruim. Ela nos tortura, sim ! Se mostra em nossos sonhos, põe um sorriso nostálgico em nossos rostos,  ou lágrimas em nossos olhos. Mas ela está longe de ser uma coisa ruim. A saudade é guardiã do amor. Ela impede você de se esquecer.De se esquecer do amor que sente por tudo aquilo que deixou em algum lugar no passado. É ela que impede que esse amor se dissipe com a passagem do tempo. É a saudade que mantém vivo o amor."

quinta-feira, 3 de março de 2011

De Partida

   Nunca me imaginei morando em Sampa. Mesmo agora às vésperas da partida ainda não imagino. Eu, menino criadão com a vó, soltava pipa no ventilador. Na cidade grande?! Uau. Confesso que sinto medo, bastante medo. Mas quem não tem medo de mudanças? Não me refiro única e exclusivamente a mudar de casa. Me refiro, sim, a qualquer mudança. Mudar de escola, de opinião, de carro, de emprego. Dá medo né ?! Minha mãe há alguns dias, perguntou se eu estava pronto. Eu disse “Mãe, a gente nunca sabe se ta pronto até tentar. A gente nunca sabe se consegue nadar até mergulhar.” E é nisso que vou me basear até o fim.

   Vou morar com dois amigos, e uma menina que eu praticamente não conheço. Seremos eu, Lu, San e a Katherine, Kathryn, CATARINA (ou sei lá como se escreve o nome dela. Ela é canadense). Acredito que a experiência vai ser incrível. Vai ser tipo uma república de músicos. Sempre foi um dos meus sonhos. Morar com amigos músicos, respirar música e fazer música a todo momento.
    Lavar a própria roupa, fazer comida, limpar a casa, lavar louça, passar roupa, lavar banheiro: tudo isso me assusta. Finalmente acho que vou descobrir como é que se dobra uma camiseta. Sempre fui disléxico pra aprender a trabalhar. Preguiçoso, eu acho. Isso porque sempre tive a quem recorrer quando a “água batia na bunda”. Agora, já estou muito grande pra usar essa bóia, hora de aprender a nadar. Penso que vou ter que trabalhar duro enquanto estiver morando em São Paulo. Possivelmente em dois empregos. Tipo o Julius. Sabe? O pai do Chris?! Mas não faço planos. Nunca fui bom com planos. Se a gente escreve um roteiro, se prende a ele. Acaba fechando as portas para outras idéias que podem gerar novas oportunidades. Sempre preferi o improviso. Tanto na vida, quanto na música (não são sinônimos? Sempre foram, pra mim)

   Contei a poucos amigos a respeito da minha decisão. Mesmo entre os mais próximos alguns ainda não sabem. Não sei como falar. Venho aproveitando ao máximo os momentos ao lado das pessoas que amo (mesmo que às vezes eu pareça distante, o que tem acontecido com freqüência ultimamente). Sabe quando aquele doce ta chegando no fim, e a gente pensa assim “tá uma delícia, vou aproveitar bem esse finalzinho”. É justamente isso.

   Não sei o que o futuro guarda pra mim. Não sou eu o autor desse livro, sou só um personagem. Mas, se são novas barreiras a serem superadas e novas experiências a serem adquiridas que ele me reserva, aqui vou eu.